sexta-feira, 13 de junho de 2014

Ser cadeirante...

Ser cadeirante é ter o poder de emudecer as pessoas quando você passa… Ser cadeirante é não conseguir passar despercebi­do, mesmo quando você quer sumir! E ser completamente ignorado quando existe um andante ao seu lado. E isso não faz sentido, as pernas e os braços podem não estar fun­cionando bem, mas o resto está!

Ser cadeirante é amar ele­vadores e rampas e detestar escadas… Tapetes? Só se fo­rem voadores, por favor! Ser cadeirante é andar de ônibus e se sentir como um “Power Ranger” a diferença é que você chega ao ponto e diz: “é hora de MOFAR”.
Ser cadeirante é ter al­guém falando com você como se você fosse criança, mesmo que você já tenha mais de duas décadas. Ser ca­deirante é despertar uma cor­dialidade súbita e estabanada em algumas pessoas. É en­graçado, mas a gente não ri, porque é bom saber que, ao menos, existem pessoas ten­tando nos tratar como iguais e uma hora eles aprendem!
Ser cadeirante é conquis­tar o grande amor da sua vida e deixar as pessoas im­pressionadas… E depois ficar impressionado por não en­tender o porquê do espanto. Ser cadeirante é ter uma veia cômica exacerbada. É fato, só com muito bom humor pra tocar a vida, as rodas e o povo sem noção que aparece no caminho.
Ser cadeirante e ficar grá­vida é ter a certeza de ouvir: “Como isso aconteceu?” Foi a cegonha, eu não tenho dú­vidas! Os pés de repolho não são acessíveis! Ser cadeiran­te é ter repelente a falsidade. Amigos falsos e cadeiras são como objetos de mesma po­laridade se repelem automati­camente.
Ser cadeirante é ser em­purrado por aí mesmo quan­do você queria ficar parado. É saber como se sentem os car­rinhos de supermercado! Ser cadeirante é encarar o absur­do de gente sem noção que acha que porque já estamos sentados podemos esperar, mesmo! Ser cadeirante é uma vez na vida desejar furar os quatro pneus e o estepede quem desrespeita as vagas preferenciais.
Ser cadeirante é se sen­tir uma ilha na sessão de ci­nema… Porque os espaços reservados geralmente são um tablado, ou na turma do gargarejo e com uma distân­cia mais que segura para que você não entre em contato com os outros andantes, mes­mo que um deles seja seu cônjuge!
Ser cadeirante é a cer­teza de conhecer todos os cantinhos. Por que Deus do céu,todo mundo quer arru­mar um cantinho para nós? Ser cadeirante é ter que com­prar roupas no “olhômetro” porque na maioria das lojas as cadeiras não entram nos provadores. Ser cadeirante é viver e conviver com o fan­tasma das infecções urinárias. E desconfio seriamente que a falta de banheiros adaptados contribua para isso.
Ser cadeirante é se sentir o próprio guarda volumes ambulante em passeios pelo shopping. Ser cadeirante é curtir handbike, surf, basque­te e outras coisas que deixam os andantes sedentários mor­rendo de inveja. Ser cadeiran­te é dançar maravilhosamen­te, com entusiasmo e colocar alguns “pés-de- valsa” no bol­so… Ser cadeirante é ter um colinho sempre a postos para a pessoa amada. E isso é uma grande vantagem! Ser cadei­rante (e mulher) é encarar o desafio de adaptar a moda pra conseguir ficar confortá­vel além de mais bonita. Ser cadeirante é se virar nos trinta para não sobrar mês no fim do dinheiro, porque a conta básica de tudo que um ca­deirante precisa… Ai… Ai …Ai… Essa merece ser chamada de “dolorosa”.
Ser cadeirante é deixar um montão de médicos com cara de: “e agora o que eu faço”? Quando você entra pela por­ta do consultório. Algumas vezes é impossível entrar, a cadeira trava na porta. Ser cadeirante é olhar um corri­mão ou um canteiro no meio de uma rampa, ou se depa­rar com rampas que acabam em um degrau de escada e se perguntar: Onde estudou a criatura que projetou isso? Será mesmo que estudou?
Ser cadeirante é ir à praia mesmo sabendo que cadei­ras mais areia mais maresia não são uma boa combina­ção! Ser cadeirante é sentir ao menos uma vez na vida von­tade de sentar no chão e jogar a cadeira na cabeça de outro ser humano, que esqueceu a humanidade no fundo da ga­veta de casa!
Ser cadeirante é ter os sentidos aprimorados. Não perdemos os sentidos, so­mos pessoas que perderam os movimentos. Somos pes­soas que ganharam braços mais fortes, audição mais aguçada que a do super-cão e olhos de águia, que en­xergam de longe a falta de acessibilidade gritante, mes­mo quando acham que está bem camuflada. Ser cadei­rante é “viver e não ter a ver­gonha de ser feliz”, mesmo quando as pessoas olham para a cadeira e já esperam ansiosas por uma historinha triste.
Autor desconhecido



As maiores lições de vida que pude aprender, foram sem dúvidas a bordo da minha cadeira, superações, descobertas, e tantas outras coisas, que não teria oportunidade de aprender se não tivesse passado por inúmeras situações, a ela devo a oportunidade de descobrir cada vez mais a força que eu mesma não sabia que existia dentro de mim. 






quinta-feira, 5 de junho de 2014

O caderno


Eu não sei se você se recorda do seu primeiro caderno...
Eu me recordo do meu. Com o meu primeiro caderno, eu aprendi muita coisa, foi nele que descobri que a experiência dos erros era tão importante quanto às experiências dos acertos, porque vistos de um jeito certo, os erros nos preparam para vitórias e conquistas futuras.
Não há aprendizado na vida que não passe por experiências dos erros.
O caderno é uma metáfora da vida, quando os erros cometidos era demais eu me recordo que a nossa professora nos sugeria que virasse a página era um jeito interessante de descobrir a graça que há nos recomeços.
Ao virar a página, os erros cometidos deixavam de nos incomodar e crescíamos a partir deles.
O caderno nos ensina que erros não precisam ser fontes de castigos, erros podem ser fontes de virtudes.
Na vida é a mesma coisa, o erro tem que estar a serviço do aprendizado, ele não tem que ser fonte de culpas e vergonhas.
Nenhum ser humano pode ser verdadeiramente grande sem que seja capaz de reconhecer os erros que cometeu na vida.
Uma coisa é a gente se arrepender do que fez, outra coisa é agente se sentir culpado. Culpas nos paralisam, arrependimentos não, eles nos laçam para frente, nos ajudam a corrigir os erros cometidos.
Deus é semelhante ao caderno, Ele nos permite os erros pra que a gente aprenda a fazer do jeito certo.
Você tem errado muito? Não importa. Aceite de Deus esta nova página de vida que tem o nome de hoje.

Recorde-se das lições do seu primeiro caderno quando os erros forem demais, vire a página!

Pe- Fábio de Melo

Não estamos isentos de cometer erros, aliás eles, os erros, nos impulsionam a buscar cada vez mais os acertos, quando erramos temos a chance de tirar lições e, mesmo que não seja possível voltar e consertar, ao menos, temos a chance de aprender, evoluir e, assim ao virar a página, podemos colocar em prática todo o aprendizado obtido através dos erros.